Definição e breve historial

 

MUTUALISMO - Definição e Breve Historial

 

Definição

Mutualismo é uma corrente ideológica cujos princípios assentam na reciprocidade dos serviços e na entreajuda, e que se consubstancia na existência de um fundo comum para o qual todos concorrem através de contribuições ou quotas, de modo a permitir, de forma previdente, acautelar o futuro próprio ou dos seus familiares através de retribuições de benefícios pecuniários ou de assistência.
 

Os seus pontos ideológicos ideológicos base, são:

Democraticidade - Um Homem, um voto
Liberdade - De adesão ou demissão
Independência - De todo o poder e de toda a obediência
Solidariedade - De entreajuda voluntária
Responsabilização - Ao nível da gestão democrática, sem proveito individual.


BREVE HISTORIAL

O auxílio mútuo é uma das mais vincadas características do género humano e que, no decorrer dos tempos, lhe tem permitido lutar, com êxito, contra forças adversas bem mais fortes.

A necessidade humana de entreajuda nasce com os primórdios do sedentarismo, momento em que se começam a desenvolver os embriões das verdadeiras práticas mutualistas, especialmente destinadas à defesa dos ataques de outras tribos ou de animais fisicamente mais poderosos, agrupando-se os Homens de forma espontânea e solidária para melhor se protegerem. Com o decorrer dos séculos, 
e adaptando-se às realidades de cada época, essa entreajuda foi tomando outros aspectos culminando com o Associativismo Organizado.

É na Idade Média que surgem as primeiras Organizações que visam a entreajuda e solidariedade dentro dos grupos dos indivíduos seus associados, como resposta à falta de condições de assistência e à exploração dos poderes estabelecidos. Assim assiste-se
à criação das "Gildas", Confrarias, Associações de Companheiros e os Montes de Pietá (Montepios).

Em Portugal há notícia da existência de uma Confraria Laica fundada em Beja, em 1297, tendo como objectivos praticar a beneficiência, socorro mútuo e piedade.

Ainda na Idade Média, e como consequência da grande odisseia marítima, foram criadas Associações destinadas a levar socorro às famílias das vítimas dos naufrágios.

A partir do século XVIII assiste-se, especialmente em França, ao início de um profundo interesse dos filósofos e pensadores pelas concepções mutualistas, começando o desenvolvimento do Associativismo Mutualista a tomar forma.

Em Portugal, a partir dos finais do século XVIII, começam a surgir as primeiras Associações de Socorros Mútuos que passam a ter um vasto campo de actuação nas áreas de assistência médica e medicamentosa e na previdência pecuniária ou de 
benefícios deferidos, atribuindo pensões de sobrevivência, reforma, invalidez e subsídios de funeral e luto.

Muitas dessas Associações foram desaparecendo ao longo dos anos, umas devido às suas débeis estruturas, outras porque os seus objectivos foram ultrapassados pela criação da Segurança Social, outras ainda através dos múltiplos processos de fusão aconselhados pelas entidades tutelares.

Muitas outras conseguiram perdurar até hoje, mais que centenárias, dando um extraordinário contributo à acção da previdência oficial na sua função de complementaridade.

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